sexta-feira, 2 de março de 2007

Efeito Yô-Yô...

Porque será que a maioria da população só se preocupa com a sua imagem aquando da chegada do Verão? Se à partida sabem que depois do aconchegado Inverno vem o caloroso Verão, e com ele as roupas mais justas, menos volumosas e em que ficam a descoberto os abusos alimentares que fizeram, porque se desleixam tanto nesses meses? Isto é um ciclo! Todos os anos, a Primavera sucede ao Inverno e antecede o Verão! E todos as anos a história se repete:


Janeiro – “Bem, com o início do ano, e passadas as Festas, vou dar começo à minha dieta para perder estes quilinhos que ganhei!” Contudo, como o tempo ainda está frio e os casacos ainda cobrem as grossas camisolas nada se nota se se comer mais um bocadinho de feijoada e se repetir a sobremesa que está tão boa!
Fevereiro“Vai ser agora! É desta que início a minha dieta a sério!” Mas, vem o Carnaval e o Entrudo convida a petiscar mais um bocadinho…e afinal, “o Verão ainda está tão longe! Tenho tempo! Começo em Março!”
Março“Ora bem, para me incentivar e ajudar a perder este peneuzito que não para de crescer vou inscrever-me num ginásio. E acho que vou marcar uma consulta num nutricionista!...” E agora sim, com a chegada dos dias mais quentinhos se empenha na necessidade de abater as «gordurinhas».
Abril, Maio e Junho“Não, obrigada! Não posso aceitar o bolo, é uma tentação, mas estou a levar regrada a minha dieta!” O alcançar dos objectivos leva a ter mais empenho, mas o curto prazo de tempo que dispõe impede de fazer um pecadinho…
Julho e Agosto“Oh amiga, está mais elegante! Que fez?” à qual responde: “Uma dieta incrível! Perdi 8 kg. Não estou fantástica?! Vamos beber um refresco?” Nesta época e atingido, mais ou menos, o peso pretendido a boa disposição impera, e até porque as lembranças do esforço e sacrifícios estão bem presentes a adopção de atitudes que beneficiam esse estado está ainda incutida.
Setembro“Ai as minhas férias onde já vão! Estou deprimida. Vou comer um chocolate!” Ora aqui está o reinício dos comportamentos descuidados, geralmente com carácter compensatório.
Outubro e Novembro“Eh!! Será que engordei outra vez? Mas porquê? Eu até nem como nada de especial ... Estou deprimida. Vou lanchar um croissant!” Não há nada a fazer, o descontrolo é já generalizado e o desenrolar dos procedimentos levam a um efeito «bola de neve».
Dezembro“Avó!! As rabanadas que faz são magníficas e aquele Tronco de Natal está divinal! Não consigo parar de comê-los! Mas também…é Natal!” É verdade que nesta época não se faz dieta (até porque não há dieta que resista!) mas o dia de Natal é só um!! Não a semana inteira!!
Isto é apenas uma representação que pretende evidenciar erros comportamentais e alimentares muito comuns entre nós e que são responsáveis pelas variações sazonais de peso! Variações essas que, dando um pouco mais de razão à cabeça e menos à boca, facilmente são evitáveis. Pelo menos, numa tão grande amplitude de valores. É caso para dizer: “Não havia necessidade! Zeh!”

4 comentários:

The Man disse...

É interessante ler sobre o tema de uma forma “engraçada”, é claro que ao mesmo tempo não tem nada de tão engraçado assim...
Voltamos ao mesmo, ao que nos é imposto pelos média, as medidas “correctas” que as revistas, tv e etc. nos querem impor. Basta ver as capas das revistas ditas pró sexo feminino a partir do mês de Abril… o tema é sempre as dietas milagrosas para o verão...
Como é evidente quem não tem por habito a pratica do exercício físico e uma alimentação moderada, após a “dieta” vai voltar aos erros antigos e com isso ao aumento de peso… não é aumento de peso, é mesmo ao aumento de gordura ;) pois com estas “dietas” consegue-se é perder músculos… e depois ganhar gordura...

Ana Ribeiro disse...

Entre a percepção que é preciso perder peso, começar uma dieta e mantê-la, existem várias fases. Se há algumas pessoas que conseguem perder peso lentamente e manter os bons hábitos alimentares todo o ano, outras há que querem ver os resultados rapidamente e rapidamente também voltam à fase inicial. Um problema é que os adipocitos, as células gordas, apesar de “esvaziarem” quando se perde peso mantêm o seu número e quando se volta a engordar elas dividem se e a massa gorda aumenta. Volta se a fazer uma dieta maluca, está a chegar a Primavera e com ela o grande número deste tipo de dietas, mas passado uns meses, aos primeiros objectivos atingidos pensa se que já se ganhou a “guerra”, baixam se as armas e os kg voltam a ganhar terreno.
Um plano alimentar equilibrado, acompanhamento de um nutricionista, exercício físico e muito empenho e força de vontade são fortes argumentos contra o efeito yô-yÔ.

Marco Botelho disse...

Efeito Yo-Yo, QUEM JÁ OUVIU FALAR? Certamente que muitos pessoas por este mundo fora estão fartos de ouvir falar, outros até nunca o ouviram mesmo semelhante. Depois de lerem post certamente todos já sabem o que é. E agora pergunto eu: Já ouviram falar em Saúde? Sabem o que significa? Pois bem, segundo a Organização Mundial de Saúde, é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Obesidade é uma doença? É, logo se é uma doença, está relacionada com a saúde, quem trata da saúde das pessoas? Sãos os médicos, certo? Certo, o que fazem os médicos quando as pessoas tem problemas de obesidade? Aconselham o acompanhamento por um nutricionista e a prática de exercício físico (entenda-se forma da actividade física, com objectivo específico, estruturado e planificado, como a melhoria da aptidão, performance física ou saúde), certo?
Agora digo eu, é assim tão difícil ter saúde?!!!!!

Ana Ribeiro disse...

A culpa decorrente do "não conseguir” induz a ingentão alimentar em grande quantidade e a já diminuida auto-estima, componente essencial dos transtornos alimentares e da obesidade, atinge o zero.
Por isso, para além da re-educação alimentar e exercicio físico-já referidos- não deve ser esquecido o tratamento psicológico. Está indicado para a obesidade a Psicoterapia comportamental e cognitiva, amplamente testada nos centros de investigação de todo o mundo e eficaz no tratamento de transtornos alimentares e ansiedade.