quinta-feira, 15 de março de 2007

Fome psíquica


Todos os indivíduos que necessitam emagrecer gostariam de fazê-lo: o quanto antes. Quem tem problemas com o peso necessita de orientação nutricional para o resto da vida. A tentativa de abreviar o processo, através de uma redução drástica da ingestão alimentar, por norma, leva a consequências físicas e psíquicas consideráveis.
Apesar dos psicólogos defenderem que não há um perfil psicológico definido para a obesidade, a população de obesos apresenta maior incidência de transtornos psicológicos do que a de não obesos. Ansiedade, pânico, fobia social, transtornos de personalidade, vulnerabilidade ao stresse, impulsividade, compulsão alimentar e, especialmente depressão. Planos alimentares excessivamente restritivos podem desencadear quadros ansiosos pré-existentes ou gera-los, bem como episódios depressivos. O stresse é muitas vezes reduzido via comida. Se a dieta for muito restritiva, proibitiva, estará criado um círculo vicioso: a dieta aumenta o stresse que acaba com a dieta. É difícil generalizar se a ansiedade é primária ou secundária, mas encontra se presente em 80% dos casos de obesidade ou excesso de peso. O estado depressivo, em pessoas geneticamente predispostas, provoca o aumento de peso, a ansiedade aumenta a "fome psíquica", onde o alimento é utilizado para diminuir a tensão. O excesso de proibições induz a frustrações e a comportamentos de oposição e de compensação. Está aberto o caminho para a compulsão alimentar, desencadeada por ansiedade e privação.
Normalmente, quem faz dietas restritivas não têm vida social, desaparecendo outras fontes importantes de gratificação. Mais frustração, mais ansiedade e...mais comida que deixa de ser UM prazer para se tornar O PRAZER!

3 comentários:

The Man disse...

Resumindo, é preciso comer bem, fazer exercício... e viver a vida para se poder estar saudável de corpo e alma.

Ana Ribeiro disse...

E é preciso, muitas vezes, haver acompanhamento psicológico. Cuidar do corpo e da mente, para se obter bons resultados que se mantenham no tempo. Psicologia do emagrecimento, é um termo usado por alguns autores, e que penso que faz todo o sentido.

Paula Ribeiro disse...

O corpo humano é uma máquina fantástica. Porque não há coincidências... os distúrbios alimentares podem esconder outro tipo de problemas. Se estamos ansiosos podemos perder a fome - nem um grãp de arroz passa; ou então precisamos de um docinho para compensar esse estado - um chocolate faz-me bem!