terça-feira, 27 de março de 2007

Eles e Elas… ao espelho II

O ideal de beleza que habita a mente do inconsciente colectivo determina que o homem seja levemente musculado e, claro, sem barriga. Com as mulheres, a cobrança é ainda mais forte, pode ser vista na TV e nas capas de revistas, a mulher tem de ser esbelta e sensual: cintura fina, rabinho trabalhado e ventre liso.
“Elas têm um olhar percelar sobre elas mesmas. Elas enumeram as partes do corpo como alvos a abater… é-lhes sempre possível fazer um zoom um detalhe aqui ou acolá. Esquecem-se que o olhar do outro é global…” diz a psicanalista Francis Hofstein, in Notícias Magazine de 25 de Março de 2007.
“Ao contrário do homem, uma mulher não consegue abstrair-se do seu corpo: todos os 28 dias ela é chamada à realidade!” com a modificação cíclica do corpo feminino a cada ciclo menstrual: inchaço da zona abdominal e seios, aumento do peso e do volume assim como o aumento do apetite acompanhado muitas vezes com aquela mudança de humor tão característica… As hormonas femininas fazem com que as mulheres acumulem gordura nas ancas, rabo e na cinta, gerando aqueles pneuzinhos desagradáveis, fazendo com que surja também a celulite. Como se não bastasse, as mulheres ainda têm uma tendência natural para a retenção de líquidos e prisão de ventre, que pode dilatar a barriga. É um tormento!!
O homem é, em geral, mais descontraído por natureza no que respeita ao olhar sobre si próprio em termos físicos. A preocupação para tratar e trabalhar o seu corpo é imensa na adolescência com todo o processo inerente de conquista, acalmando quando constitui família e com a sua vida profissional estável. Daí que, neles a tendência é que a gordura se deposite no abdómen, fazendo com que eles acumulem a famosa “barriguinha de cerveja”.
De acordo com o estudo Body Image Survery, de 1997, temos que 56% das mulheres e 43% dos homens estão insatisfeitos com o seu corpo!
Por isso, podemos assertivamente afirmar que homens e mulheres são, na realidade, genética, psíquica e fisiologicamente diferentes o que determina à partida as diferenças físicas encontradas nos corpos femininos e masculinos.

Um comentário:

Ana Ribeiro disse...

Referindo-se à ingestão contínua de anfetaminas e medicamentos para queimar calorias, uma mulher respondeu: "Sei que vou morrer mais cedo, mas tudo bem. Até lá eu vivo magra." Chegamos a uma altura em que vale tudo para estar de acordo com os padrões mesmo que isso coloque a vida em risco. A industria da beleza, que movimenta milhões de euros, aprisiona as mulheres em parâmetros estéticos praticamente impossíveis de serem cumpridos.
Actualmente, a necessidade de afirmação através da magreza é comum a mulheres de todas as classes sociais e com qualquer nível de escolaridade.
Não é de hoje que investigadores se debruçam sobre o controle do corpo feminino como forma de afirmação social. O investigador Simon Goldhill afirma em "Amor, Sexo e Tragédia - Como o Mundo Antigo Influencia Nossas Vidas" que a Grécia Antiga via a mulher como "sensual, bela, saudável", mas o seu corpo estava subjugado às regras dos homens, que, por mais que admirassem as curvas femininas, valorizavam a musculatura masculina, exposta em estátuas nuas.