quinta-feira, 29 de março de 2007

Notting Hill




Revi ontem a comédia romântica "Notting Hill". Há uma fala da protagonista, Anna: "Estou de dieta desde que completei 19 anos: isso significa que, basicamente, passo fome há uma década (...) E fiz duas cirurgias dolorosas para chegar a esta aparência.", que bem poderia ser da sua intérprete, a actriz Julia Roberts, de outra qualquer estrela de Hollywood, ou de milhares de mulheres espalhadas pelo mundo.
Actualmente não basta haver talento, é necessário aliar talento a um padrão físico que por vezes parece melhor através das telas do cinema, ou dos ecrãs de televisão, do que no mundo real. Se os invejados corpos masculinos de hoje são semelhantes aos das estátuas gregas da Antiguidade, as formas femininas ideais reduziram-se drasticamente nos últimos 40 anos.

quarta-feira, 28 de março de 2007

A boneca Ruby



Em 1997, a indústria de cosméticos inglesa Body Shop lançou uma campanha baseada na boneca Ruby, que representaria as mulheres reais. De ancas largas, coxas e braços grossos, Ruby aparecia nos cartazes com a frase: "Há 3 biliões de mulheres no mundo que não parecem Top Models e apenas oito parecem". A Mattel, fabricante da Barbie, entrou com uma acção em tribunal contra a Body Shop, pedindo que a publicidade fosse retirada das lojas americanas, pois Ruby era um insulto à Barbie.
Se uma boneca causou tanta repulsa, o que falar de mulheres de carne e osso que não se adequam aos padrões correntes? Não apenas são excluídas socialmente, como também são preteridas profissionalmente. O peso é um novo factor para a discriminação, que antes acontecia pelo sexo, cor de pele e idade.

terça-feira, 27 de março de 2007

Pequenas mudanças, Grandes efeitos



Para ter um peso e uma vida mais saudáveis, não são necessários sacrifícios. Sacrifício significa penitência, sofrimento, renúncia...fez mal a alguém?
"Pequenas Mudanças, Grandes Efeitos" by Paula Veloso
para ver mais clique aqui

Eles e Elas… ao espelho II

O ideal de beleza que habita a mente do inconsciente colectivo determina que o homem seja levemente musculado e, claro, sem barriga. Com as mulheres, a cobrança é ainda mais forte, pode ser vista na TV e nas capas de revistas, a mulher tem de ser esbelta e sensual: cintura fina, rabinho trabalhado e ventre liso.
“Elas têm um olhar percelar sobre elas mesmas. Elas enumeram as partes do corpo como alvos a abater… é-lhes sempre possível fazer um zoom um detalhe aqui ou acolá. Esquecem-se que o olhar do outro é global…” diz a psicanalista Francis Hofstein, in Notícias Magazine de 25 de Março de 2007.
“Ao contrário do homem, uma mulher não consegue abstrair-se do seu corpo: todos os 28 dias ela é chamada à realidade!” com a modificação cíclica do corpo feminino a cada ciclo menstrual: inchaço da zona abdominal e seios, aumento do peso e do volume assim como o aumento do apetite acompanhado muitas vezes com aquela mudança de humor tão característica… As hormonas femininas fazem com que as mulheres acumulem gordura nas ancas, rabo e na cinta, gerando aqueles pneuzinhos desagradáveis, fazendo com que surja também a celulite. Como se não bastasse, as mulheres ainda têm uma tendência natural para a retenção de líquidos e prisão de ventre, que pode dilatar a barriga. É um tormento!!
O homem é, em geral, mais descontraído por natureza no que respeita ao olhar sobre si próprio em termos físicos. A preocupação para tratar e trabalhar o seu corpo é imensa na adolescência com todo o processo inerente de conquista, acalmando quando constitui família e com a sua vida profissional estável. Daí que, neles a tendência é que a gordura se deposite no abdómen, fazendo com que eles acumulem a famosa “barriguinha de cerveja”.
De acordo com o estudo Body Image Survery, de 1997, temos que 56% das mulheres e 43% dos homens estão insatisfeitos com o seu corpo!
Por isso, podemos assertivamente afirmar que homens e mulheres são, na realidade, genética, psíquica e fisiologicamente diferentes o que determina à partida as diferenças físicas encontradas nos corpos femininos e masculinos.

domingo, 25 de março de 2007

O pecado da gula

“… A gula não é um pecado! – é mais do que isso, é a própria pecaminação. A vida já é boa de mais para o que mereceríamos. Ou talvez exactamente igual, porque Deus é ciumento e temperamental mas gosta muito de nós, sabe-se lá porquê – porque nos fez, tinha de ser.
Dentro dos ingredientes que são os pecados estabelecidos, a gula é a farinha; é o sal; é o açúcar…
A gula sozinha tem pouca graça. É preciso juntar outros pecados. A avareza é um bom aperitivo: tal como o grande escritor inglês Evelyn Waugh, que depois de cinco anos de guerra comeu duas bananas inteiras à frente dos filhos famintos dos frutos dos trópicos, a “deliciosidade” de uma iguaria é directamente proporcional ao número de pessoas que podem usufruí-la. Quanto menos, melhor: mais saboroso.
Não basta uma pessoa alambazar-se em excesso com uma coisa: é preciso que outros sofram por ausência dela. A saudade de outrem é o que falta ao apetite de quem não tem mais nada do que fazer senão poder comer e beber o que os outros não têm.
A gula alia-se também, muito agradavelmente – como as amêndoas torradas à mais fresquinha das Manzanillas -, à preguiça. O sabor das coisas - sobretudo da gila e da luxúria – é muito beneficiado por não ir trabalhar. Por não ir fazer nada do que se deve - disse Pessoa. …
A gula é uma espécie de Angostura Bitten dos outros pecados. Diz: “Sim!” Diz: “Sim! Quero mais do que me estava destinado!” Diz, simplesmente: “Então está bem.”

A gula é o único pecado que anula a inveja, provocando-a,
A gula é rainha. Se houvesse só um pecado a reter – e que significasse o prazer e o agradecimento da vida – seria ela e mais ninguém.
Ser-se “guloso”, na cultura portuguesa, é coisa boa. O resto é chorar sem razão alguma.

Ser-se guloso é querer mais.
Mais é praticamente a única coisa que se pode ter. É bom ser-se guloso. Significa gratidão.
É bom pecar por insatisfação.
É bom pecar porque pecar é bom.
A gula é a vontade de viver mais ainda e o querer “mais ainda” é sinal de que se tem vontade de viver.
Mesmo assim.
“Mesmo assim”: haverá melhor definição da gula?”

Excerto da crónica “Mais! Mais! Mais!” de Miguel Esteves Cardoso in Noticias Magazine 774

quinta-feira, 22 de março de 2007

Barbie: uma meta impossível


Desde que a Barbie foi lançada, há mais de 40 anos (temos que reconhecer que não aparenta), entrou nos quartos de brinquedos, tornando-se uma amiga crescida das meninas, que olhavam para ela como uma projecção do que gostariam de ser quando fossem grandes.
A Barbie ostenta umas medidas de Top model em miniatura, irreproduzíveis na vida real. Se a boneca que mede 29 cm, tivesse uma estatura de 1,70 m as suas medidas seriam 99-46-84.
A Mattel, advertida por numerosos estudos da influencia que um modelo de conduta semelhante poderia ter no futuro desenvolvimento da mentalidade feminina – alguns psicólogos certificam uma estreita relação entre a cultura Barbie e a anorexia -, anunciou que iria proceder a uma remodelação da boneca, que teria, na sua nova versão, medidas humanas. Mas a boneca mantém medidas irreais, podendo a sua imagem modificar a silhuetas das mulheres reais.
A Barbie deixou de ser apenas uma boneca, para passar a ser um ídolo de culto ao longo de várias gerações. Um exemplo para muitas mulheres, mesmo que seja uma meta impossível e errada!

terça-feira, 20 de março de 2007

Eles e Elas... ao espelho!!

Homens e mulheres vêem-se de maneira diferente! Mas será desta forma?!


Será que todas se vêem gordas? A precisar de emagrecer um pouco aqui e ali… Serão as eternas insatisfeitas?





E os homens? Será ao contrário? Será que mesmo com uns quilinhos a mais se vêem muito próximos do que gostariam de ser?



Estas imagens retratam a realidade? Ou será que ocorreu uma evolução nas mentalidades de homens e mulheres e o reflexo que hoje observam é mais próximo da realidade? Que factores influenciam a imagem corporal?

segunda-feira, 19 de março de 2007

A glorificação da anorexia e bulimia na internet




A busca pelo corpo perfeito leva a comportamentos insensatos: o número de sites que defendem medidas drásticas de emagrecimento cresce a cada dia. Protegidos pelo anonimato da Internet, eles promovem regimes compulsivos e enaltecem doenças graves como a anorexia e a bulimia. "Anas" e "mias", como se denominam as jovens de todo o mundo, que sofrem desses dois distúrbios alimentares, usam a rede para trocar experiências. Receitas de como ingerir menos de 300 calorias diárias, como provocar o vomito e como combinar remédios e laxantes são recorrentes nas comunidades em que elas se reúnem. "Não comia mais nada a não ser uma maçã por dia... emagreci 22 quilos", conta uma jovem. "Beba detergente, mas pouquinho", é o conselho insensato num tópico sobre formas de induzir o vómito. Muitas das pessoas que sofrem dos distúrbios acreditam que são anorécticas por escolha, que são poderosas porque detêm o controle sobre os próprios corpos. Outras referem se ao distúrbio como algo que exerce um domínio incontestável sobre elas. Mas, ao mesmo tempo em que a Internet é usada para divulgar as ideias pro-ana e pro-mia, ela também é um espaço de luta contra os dois transtornos: há sites e fóruns onde pessoas que superaram a anorexia e a bulimia contam as suas histórias e apoiam quem enfrenta o problema.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Dá que pensar

Quando se pergunta quem está mais em risco de sofrer de Anorexia, geralmente, as respostas são: Bailarinos, Ginastas, Atletas, Actrizes, Modelos... Quase ninguém menciona os Nutricionistas, mas está provado que estes estão no grupo de maior risco. Dá que pensar, não dá?

Fome psíquica


Todos os indivíduos que necessitam emagrecer gostariam de fazê-lo: o quanto antes. Quem tem problemas com o peso necessita de orientação nutricional para o resto da vida. A tentativa de abreviar o processo, através de uma redução drástica da ingestão alimentar, por norma, leva a consequências físicas e psíquicas consideráveis.
Apesar dos psicólogos defenderem que não há um perfil psicológico definido para a obesidade, a população de obesos apresenta maior incidência de transtornos psicológicos do que a de não obesos. Ansiedade, pânico, fobia social, transtornos de personalidade, vulnerabilidade ao stresse, impulsividade, compulsão alimentar e, especialmente depressão. Planos alimentares excessivamente restritivos podem desencadear quadros ansiosos pré-existentes ou gera-los, bem como episódios depressivos. O stresse é muitas vezes reduzido via comida. Se a dieta for muito restritiva, proibitiva, estará criado um círculo vicioso: a dieta aumenta o stresse que acaba com a dieta. É difícil generalizar se a ansiedade é primária ou secundária, mas encontra se presente em 80% dos casos de obesidade ou excesso de peso. O estado depressivo, em pessoas geneticamente predispostas, provoca o aumento de peso, a ansiedade aumenta a "fome psíquica", onde o alimento é utilizado para diminuir a tensão. O excesso de proibições induz a frustrações e a comportamentos de oposição e de compensação. Está aberto o caminho para a compulsão alimentar, desencadeada por ansiedade e privação.
Normalmente, quem faz dietas restritivas não têm vida social, desaparecendo outras fontes importantes de gratificação. Mais frustração, mais ansiedade e...mais comida que deixa de ser UM prazer para se tornar O PRAZER!

terça-feira, 13 de março de 2007

Dietas de Prateleira...um PERIGO?!

Terminado o calórico Inverno, chega a época em que somos inundados com as ditas Dietas Rápidas vindas de todos o lado prometendo resultados relâmpago e fáceis de alcançar. Verdadeiros milagres!
Hoje em cada revista que é publicada vem referido um diferente regime alimentar. Podemos escolher uma dieta como que se de um livro numa prateleira se tratasse!
Mas atenção!! Numa publicação dos Médicos Na Internet, datada de 13 de Março de 2007, ressalta este tema e alerta para o perigo que elas constituem! Foram avaliadas 112 regimes de emagrecimento publicados em revistas periódicas não científicas. “Todas se mostraram inadequadas em relação a um ou mais substâncias avaliadas”
Para os cientistas, a conclusão das análises das dietas é uma só: "Não deveria ser permitido às publicações não-científicas anunciarem dietas para perda de peso que não apresentem uma composição química adequada". As dietas, da forma como que foram anunciadas, podem induzir, segundo o artigo, à adopção de práticas arriscadas de alimentação.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Homem que é homem...pode fazer dieta!

Por exigência da sociedade, pela preservação da saúde ou por pura vaidade, é cada vez maior o número de homens que cuidam da aparência.
Ginásio, consulta com nutricionista, consulta com dermatologista… Agenda de mulher? Não necessariamente. Cada vez mais os homens, sem preconceitos, preocupados com a aparência, incluem na sua rotina actividades que há pouco tempo eram consideradas femininas.
Com os avanços da medicina moderna, a abertura de espaços para tratamentos variados e uma mudança geral de mentalidade, ficou mais fácil os homens serem vaidosos!!
Principalmente a partir dos 30 anos de idade, quando passa a ter outra perspectiva de vida e abandona a insegurança do "o que os outros vão pensar?", o homem vê a preocupação com a aparência com outros olhos.
Ginástica e reeducação alimentar fazem parte da vida desses homens que se querem belos e saudáveis. Não têm escapatória: o certo, é mesmo aliar à rotina de exercícios um plano alimentar saudável. As horas gastas no ginásio ou com um desporto são inúteis se a dieta não for equilibrada. Tendo os homens uma vantagem quando decidem emagrecer, geralmente são mais disciplinados que as mulheres, seguindo as recomendações e não atacam os doces quando ficam ansiosos.
Afinal, a preocupação com a linha, não é apenas coisas de mulheres, e até a sociedade portuguesa –machista por natureza- parece estar a mudar. Um dos sinais da mudança de atitude, é o número de revistas que todos os meses chegam ás bancas cujo público-alvo são os homens preocupados com o seu corpo!
É caso para dizer: homem que é homem não chora, mas faz dieta!

terça-feira, 6 de março de 2007



Há um "provérbio" que diz: A magreza, tal como a riqueza, nunca são suficientes aos olhos de quem as carrega. Nunca se é demasiado magra? Quando se começa uma dieta de emagrecimento será, mesmo inconscientemente, o limite que se procura?



sexta-feira, 2 de março de 2007

Efeito Yô-Yô...

Porque será que a maioria da população só se preocupa com a sua imagem aquando da chegada do Verão? Se à partida sabem que depois do aconchegado Inverno vem o caloroso Verão, e com ele as roupas mais justas, menos volumosas e em que ficam a descoberto os abusos alimentares que fizeram, porque se desleixam tanto nesses meses? Isto é um ciclo! Todos os anos, a Primavera sucede ao Inverno e antecede o Verão! E todos as anos a história se repete:


Janeiro – “Bem, com o início do ano, e passadas as Festas, vou dar começo à minha dieta para perder estes quilinhos que ganhei!” Contudo, como o tempo ainda está frio e os casacos ainda cobrem as grossas camisolas nada se nota se se comer mais um bocadinho de feijoada e se repetir a sobremesa que está tão boa!
Fevereiro“Vai ser agora! É desta que início a minha dieta a sério!” Mas, vem o Carnaval e o Entrudo convida a petiscar mais um bocadinho…e afinal, “o Verão ainda está tão longe! Tenho tempo! Começo em Março!”
Março“Ora bem, para me incentivar e ajudar a perder este peneuzito que não para de crescer vou inscrever-me num ginásio. E acho que vou marcar uma consulta num nutricionista!...” E agora sim, com a chegada dos dias mais quentinhos se empenha na necessidade de abater as «gordurinhas».
Abril, Maio e Junho“Não, obrigada! Não posso aceitar o bolo, é uma tentação, mas estou a levar regrada a minha dieta!” O alcançar dos objectivos leva a ter mais empenho, mas o curto prazo de tempo que dispõe impede de fazer um pecadinho…
Julho e Agosto“Oh amiga, está mais elegante! Que fez?” à qual responde: “Uma dieta incrível! Perdi 8 kg. Não estou fantástica?! Vamos beber um refresco?” Nesta época e atingido, mais ou menos, o peso pretendido a boa disposição impera, e até porque as lembranças do esforço e sacrifícios estão bem presentes a adopção de atitudes que beneficiam esse estado está ainda incutida.
Setembro“Ai as minhas férias onde já vão! Estou deprimida. Vou comer um chocolate!” Ora aqui está o reinício dos comportamentos descuidados, geralmente com carácter compensatório.
Outubro e Novembro“Eh!! Será que engordei outra vez? Mas porquê? Eu até nem como nada de especial ... Estou deprimida. Vou lanchar um croissant!” Não há nada a fazer, o descontrolo é já generalizado e o desenrolar dos procedimentos levam a um efeito «bola de neve».
Dezembro“Avó!! As rabanadas que faz são magníficas e aquele Tronco de Natal está divinal! Não consigo parar de comê-los! Mas também…é Natal!” É verdade que nesta época não se faz dieta (até porque não há dieta que resista!) mas o dia de Natal é só um!! Não a semana inteira!!
Isto é apenas uma representação que pretende evidenciar erros comportamentais e alimentares muito comuns entre nós e que são responsáveis pelas variações sazonais de peso! Variações essas que, dando um pouco mais de razão à cabeça e menos à boca, facilmente são evitáveis. Pelo menos, numa tão grande amplitude de valores. É caso para dizer: “Não havia necessidade! Zeh!”